terça-feira, fevereiro 15, 2011

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO
Enquanto as centrais sindicais afirmam que conseguirão um acordo para aprovar o salário mínimo em R$ 560, a presidente Dilma Rousseff está reticente e não vai abrir mão dos R$ 545. A votação do projeto está prevista para esta quarta-feira.
Atualmente o salário mínimo está fixado em R$ 540. É a primeira vez desde 2007 que o piso não subiu acima da inflação.

PROPOSTAS EM DISCUSSÃO
Governo: R$ 545 (só reposição da inflação)
Centrais: R$ 560 (inflação e mais 3%. Valor a mais seria antecipado do aumento de 2012)
DEM: R$ 560 (sem antecipação do aumento de 2012)
PSDB: R$ 600 (valor defendido por José Serra na campanha eleitoral)

OUTROS PLEITOS DOS SINDICALISTAS
Correção da tabela de imposto de renda para mais de 6%. Governo acena com 4,5%
Aumento das aposentadorias de quem ganha mais de um salário mínimo em 2,4% acima da inflação.
As votações do salário mínimo serão nominais, quando cada deputado diz como votou em cada emenda apresentada.
Está prevista uma manifestação das centrais no Congresso hoje por um mínimo de R$ 560. Haverá ainda a participação do Movimento dos Sem Terra (MST), segundo os sindicalistas. Na quarta-feira, haverá mais protesto, junto com funcionários públicos que inicial campanha salarial.
Definido como a primeira prova de fogo do pós-Lula, o projeto de lei que fixa o piso em R$ 545 será votado amanhã na Câmara e depois seguirá para o Senado. Na tentativa de quebrar as resistências no Congresso, o ministro Guido Mantega (Fazenda) explicará hoje a proposta do Planalto a uma comissão de deputados, empresários e sindicalistas. Embora o governo tenha maioria na Câmara e no Senado, a base aliada não está totalmente unida, e o Planalto sabe que haverá dissidências.
O PSDB convocou um dos principais consultores econômicos do ex-governador José Serra, o economista Geraldo Biasoto Junior, para expor no plenário da Câmara a viabilidade do salário mínimo de R$ 600, promessa feita por Serra no período eleitoral. A bancada do PSDB vai apresentar emenda, na votação de amanhã, propondo esse valor. O objetivo do partido é mostrar argumentos de que o mínimo maior não afetará as contas da União se forem feitos ajustes nos gastos do governo. O foco da apresentação deve ser o aumento das despesas do governo entre 2008 e 2010. Nela, o economista vai defender a necessidade de redução das despesas aos níveis de 2009, apontando o que dá para cortar.
A votação do salário mínimo de R$ 545, amanhã, será um capítulo importante na história do sucesso ou fracasso do governo de Dilma Rousseff. As declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e dos interlocutores do Palácio Planalto não dão margem para aprovação de outro valor. Dilma só sairá vitoriosa amanhã, se for aprovado o valor por ela fixado. Até um eventual adiamento da votação marcada para amanhã representará uma fragilidade do governo. O tamanho da vitória ou da derrota pode ser medido pelas facilidades que a presidente conta neste início de mandato. A favor do mínimo de R$ 545, Dilma tem o poder da caneta. Ela segurou para depois da votação a distribuição dos cargos de segundo e terceiro escalões e nas empresas estatais para os deputados e senadores "leais". É o toma lá, dá cá.

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