terça-feira, outubro 06, 2009

A VENDA DE VOTOS E O PROTESTO DOS BRIGADIANOS

Como você classificaria um eleitor que vende seu voto?
Eu o classifico como um lesa pátria, e como tal, deveria ser condenado no mínimo a 10 anos de prisão, sem direito a pena regressiva e outros pinduricalhos que a Lei oferece.
O Instituto Data Folha acaba de revelar que o brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção.
Olha só o que indica a pesquisa: 94% dos brasileiros dizem ser errado oferecer propina, e 94% concordam ser repreensível vender o voto.
Um País em que os eleitores trocam o voto por dinheiro, por cesta básica, emprego, sepultura nova para um ente querido, telhas e madeiras para construção de um rancho e acreditam que os seus concidadãos fazem o mesmo a cada eleição; um País, cujos eleitores aceitam a idéia de que não se faz política sem corrupção; um País assim deveria ser obra de ficção, como em Os Bruzundangas, livro de Lima Barreto, editado em 1923.
O Data Folha mostra ainda que no universo de 132 milhões de eleitores, dos quais 17 milhões são maiores de 16 e 17 anos, 13% das pessoas ouvidas admitem já ter trocado voto por emprego, dinheiro, ou presente.
Outro dado revelado e que espanta: para 92% há corrupção no Congresso e nos partidos políticos, ou seja, somente 8% se salva; 88% acham que o governo e os prefeitos são corruptos.
Diante disso, tem muita gente pensando se vale a pena ser ético, correto, honesto, decente. Aliás, há muito tempo que o brasileiro perdeu o caminho da decência.
O cheque bancário, por exemplo, é o maior atestado de desonestidade da maioria dos brasileiros. Quase ninguém mais quer saber de cheque, porque a turma dos vigaristas é maior que a dos bons pagadores.
Antigamente o cheque era um atestado de honestidade, hoje está completamente desmoralizado, tanto que em alguns estabelecimentos comerciais está afixado em local bem visível “Não se aceita cheque”.

Uma palavra final sobre as reivindicações dos brigadianos. Ontem, (6/10) assisti uma das manifestações mais ordeiras e democráticas dos últimos tempo na frente do Palácio Piratini. As três entidades ligadas a BM reuniram na Praça da Matriz cerca de mil pessoas, a maioria familiares dos policiais que vieram protestar contra os baixos salários que recebem.
O protesto foi organizado pela Associação dos Oficiais, Sargentos, Sub-tenentes e Tenentes, mais a Associação de Servidores de Nível Médio da Brigada Militar. Três deputados federais discursaram ao microfone, o relator da Comissão especial que trata da questão salarial dos policiais militares na Câmara, deputado major Fábio, Enio Bacci e Paulo Pimenta.
Eu não sei como o governo tem a coragem de oferecer 3% de aumento a categoria dos policias militares!


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