terça-feira, outubro 20, 2009

HOMENAGEM A QUEM CUIDA DA NOSSA SAÚDE

Domingo o calendário das comemorações assinalou o Dia do Médico. A data também é festejada em Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Itália.
O dia lembra também o apóstolo Lucas, conhecido como “amado médico”, de acordo com o apóstolo Paulo. Segundo a história, São Lucas teria estudado medicina em Antioquia, sem contar sua habilidade para pintura, música, historiador, um dos mais intelectuais discípulos de Cristo. Particularmaente esta homenagem se destina a classe médica de Erechim e Região, onde se concentra um bom número de profissionais de todas as áreas da medicina moderna.

Aproveitando essa data desejo agradecer, mesmo tendo passado cerca de 60 anos, o Dr. Brasil. Era um médico que permaneceu em Erechim por alguns anos, atendia no antigo Hospital Santa Terezinha, e depois nunca mais soube dele.
Não fosse naquela época a sua competência e dedicação eu era para estar cego hoje. A história foi mais ou menos assim: tinha eu 12 anos de idade. Meu pai era, como muitos, caçador. Naquele tempo não existia Ibama e muito menos fiscalização, e se podia matar paca, tatú, passarinho, perdiz, enfim, toda e qualquer espécie da nossa fauna. O porão da nossa casa era o lugar onde guardava sua espingarda (orgulhava-se muito da espingarda, mocha, cano duplo, de origem suéca), os cartuchos e munição (pólvora e chumbo).

Em uma tarde de sábado, brincava com um amigo vizinho no pátio que ficava aos fundos da nossa casa. Coisa de criança ingênua!

Montamos uma espécie de fornalha com tijolos e em uma das extremidades fixamos uma lata de azeite com barro, contendo água só para ver o vapor expelido após a fervura do líquido. E assim passávamos o tempo. Aproveitando que não havia ninguém em casa, descobrimos a pólvora usada para carregar os cartuchos da arma de meu pai e passamos a brincar com a substância usada como propelente em armas de fogo, colocavamos em uma latinha de massa de tomate Elefante, mais ou menos, uma colher de sopa de pólvora e jogávamos uma brasinha. O efeito pirotécnico era impressionante, até que, em dado momento, uma das brasas jogadas falhou. O meu amigo (que amigo heim) mandou que eu me aproximasse e soprasse na latinha onde estava a brasa. Ajoelhei-me e com o rosto a uma distância de apenas alguns centímetros mandei um sopro. Não preciso dizer o resultado da traquinice. O calor provocado pela explosão da pólvora queimou o meu rosto chegando a selar as pálpebras dos meus olhos, fiquei cego. Aos gritos de dor, acudiu-me uma vizinha que colocou-me sobre o rosto clara de ovo. Nunca esqueço. Imediatamente localizaram meu pai que me conduziu ao hospital. Lá chegando o Dr. Brasil foi quem me atendeu. Limpou meu rosto queimado, medicou-me com pomadas etc. e disse ao “velho”: só poderemos saber se seu filho ficou cego ou não após ele abrir novamente as pálpebras. Ao cabo de uma semana começou o descolamento e voltei a ver novamente. Foi Deus e o dr. Brasil que me livram do pior. A explicação do médico foi de que na fração de segundos entre a explosão da pólvora o sopro, o instinto de defesa fechou meus olhos antes não atingindo o interior dos meus olhos.
Rememorei este fato para homenagear o médico no seu dia.
Obrigado Dr. Brasil, esteja onde estiver, nunca esqueci do senhor!


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