quinta-feira, outubro 29, 2009

GREVE: PREJUÍZO PARA UNS, LUCRO PARA OUTROS

Depois que terminou a greve da Caixa Econômica Federal fui ler os jornais de Porto Alegre, com o intuito de saber se algum colunista havia escrito algo sobre a fila da Caixa e o tratamento
dispensado aos que ali ficaram 4 e até 5 horas aguardando ser atendidos. Iniciei pelo tradicional Correio do Povo. Nenhuma linha. Zero Hora, nada. Jornal do Comércio, nenhuma palavra.
Fui para o rádio e a TV, simplesmente noticiaram que a fila estava enorme e que o expediente havia sido antecipado de uma hora e nada mais. Ah! E que os juros não seriam cobrados, desde que os devedores pagassem seus compromissos até ontem, dia 28.
Acordei cedo para ouvir o Rogério Mendelski, da Guaiba, que sempre foi um jornalista crítico e polêmico, na expectativa de ouvir a sua crítica. Nada falou.
Na seqüência, veio o programa de Farid Germano Filho. Também nada comentou.
Não é possível!
Pois a Caldas Júnior e Rádio da mesma empresa são vizinhos da Caixa e não presenciaram nada?
Será que só eu vi, senti na pele a fiquei naquela maldita fila quase cinco horas e meia para ser atendido?
Mas o que houve, não viram nada?
Imaginei que, a Caixa é anunciante desses órgãos de imprensa, por isso para não perdê-la, se omitiram de fazer qualquer crítica ao sistema de atendimento organizado pela direção.
Pessoas idosas, não idosas, deficientes, jovens, homens, mulheres, ninguém teve privilégios. Aliás, teve gente que ouviu da boca do gerente, ao retrucar alguns protestos a seguinte frase: “hoje não há privilégios, nem prá minha mãe!”.
Ora, um sujeito que ousa dizer isto só pode ser um entulho social, e nunca um gerente de banco, que tem a obrigação de ser paciente, cortês e, acima de tudo educado.
O fato de algumas pessoas reclamarem, e com razão, foi o sistema de organização montado para o acesso dos clientes e não clientes até os caixas. Um dos serviços que não deveria funcionar nos dois ou três primeiros dias após a greve seria o penhor. Por que? Porque é um serviço demorado e onde 10 ou 20 pessoas entravam na fila para tomar dinheiro emprestado sob penhor, lá se ia várias horas e a paciência de quem só queria pagar – por exemplo o juro. Tinha gente que ficava no guichê mais de 20 minutos, meia hora. Mas, será que não podia esperar mais dois, três dias para arranjar o seu empréstimo? O processo de penhor é demorado. O funcionário tem de examinar a jóia, se é ouro mesmo, se é pedra preciosa legítima, tem que pesar, enfim, é um procedimento que leva tempo. Imagine você uma fila com mais de 500 pessoas e 50 empenhando jóias.
Houve falha de organização que por incompetência da direção da Caixa muitas pessoas perderam um dia de trabalho para cumprir suas obrigações.








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