quarta-feira, maio 18, 2011

QUEM NÃO DEVE NÃO TEME
Vou sintetizar a entrevista que a jornalista e colunista do jornal Folha de São Paulo, Eliane Castanhêde concedeu nesta quarta-feira, ao radialista Lasier Martins, da Rádio Gaúcha, sobre o “exagerado” aumento do patrimônio do ministro Chefe da Casa Civil da presidência da República, Antônio Palossi, segundo publicou a Folha em 20 vezes em apenas um mandato de deputado federal.
Fazendo uma avaliação sobre o assunto da compra de um imóvel que só de condomínio paga R$ 3.8 mil mensal (o equivalente a um terço do salário do ministro) a jornalista disse que “os homens públicos devem explicações á sociedade. O patrimônio do ministro que se multiplica por 20 em quatro anos, exige uma explicação”.
A jornalista lembra que Palossi declarou que tinha apenas um único imóvel que era uma cazinha de R$ 56 mil em 2006. Como de repente ele tem um apartamento de mais de 500m² que vale cerca de 7 milhões de reais. De uma cazinha para um apartamentão desses em São Paulo, muita coisa aconteceu e é bom que o ministro explique”.
Segundo a jornalista está acontecendo uma blindagem enorme da base aliada para tentar evitar a convocação do principal ministro do governo Dilma para ir depor na Comissão de Finanças do Congresso. Eliana Castanhêde acrescenta que tal atitude mostra algumas divisões curiosas “por exemplo: quem está fazendo o papel de tropa de choque é o PMDB, enquanto o PT que sempre teve esse discurso moralista de 30 anos, fica quietinho na arquibancada vendo o circo pegar fogo”.
Lasier Martins pergunta: Por que será que o PMDB está tendo esse comportamento Eliane?
Ela reponde: “Porque quanto mais dificuldades o governo tem, mais favores ele vai precisar prestar ao PMDB. O PMDB, como sabemos, é uma noiva cara, exigente, um partido que não dá ponto sem nó”.
Ao fazer um prognóstico se o assunto vai ou não crescer, “obrigando” o ministro prestar contas, ou não dar em nada, a colunista da Folha de São Paulo, relata que “num primeiro momento houve o impacto. O estrago já está feito e isto característica o fim da lua de mel. No início de governo todo mundo diz que o governo é lindo; que o presidente é ótimo; que as coisas são maravilhosas. Foi assim até com Fernando Collor, imagina! Com todos é assim, só que, a lua de mel do governo da presidente Dilma está acabando por causa do Palossi. O que eles avaliam? Que o que saiu até agora é o suficiente para fazer um estrago no governo e para deixar o ministro numa situação desconfortável e ficar se explicando... se explicando... Mas, não é suficiente, ainda, para que ele caia do posto. Depende ainda de dois fatores: um fator é o jogo político, até onde a oposição está disposta a pressionar; até que ponto a base aliada está disposta a defender. E a segunda questão é a seguinte: falta combinar com os adversários, porque nunca se sabe se isso tudo é um fio da meada e que pode aparecer ainda muitas outras coisas contra o ministro Palossi, até porque ele não é primário. Ele já caiu no governo Lula por causa de situações muito mal explicadas”.
No final da sua entrevista, Eliane Castanhêde afirmou o seguinte: “Ninguém investe tudo o que tem em imóveis, e muito menos, num único imóvel. Se o ministro tem um apartamento de quase sete milhões de reais, imagine quanto ele não tem em outras aplicações, quem sabe em paraíso fiscal, sei lá, em outros empreendimentos ou até com laranjas. O que o ministro fez até agora foi se defender atacando. Como ele não se defende e diz meus clientes são tais, tais e tais, e eu prestei tais e tais serviços o que ele faz, em vez de se defender ataca. Ele soltou uma nota via assessoria da Casa Civil para os congressistas dizendo: todo mundo faz. É mais ou Menos o tom da nota. E vai mais além: 278 parlamentares também têm empresas, na área rural ou de consultoria, ou empreendimentos industriais e ex-ministros até do governo Sarney, principalmente do período de Fernando Henrique, saíram de postos chaves de bancos, ministério da Fazenda e hoje estão milionários no setor privado. Como se vê, ele se defende exatamente como o ex-presidente Lula na época do mensalão, tentando dizer que era tudo só um caixa dois, e que caixa dois todo mundo faz. Será que cola? Não sei – concluiu a colunista da Folha de São Paulo.
Diante disso tire você mesmo suas conclusões.

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