segunda-feira, maio 16, 2011

FRAUDE NA SAÚDE
A pequena cidade de Barão de Cotegipe, distante 12 km de Erechim, no Norte do Estado, amanheceu nesta segunda-feira invadida por diversas viaturas da Polícia Federal que cumpria mandados de busca e apreensão por crimes de corrupção, ativa, passiva, estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Ninguém desconfiava que três grupos formados por 15 empresas de distribuição de medicamentos e material cirúrgico, fraudavam a saúde pública através de licitações enganosas e faturavam milhões de reais.
Pois a Polícia Federal pôs fim a ação dessas quadrilhas com ramificações em sete unidades da federação: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
A Operação Saúde, da Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira um total de 34 servidores públicos municipais — em todo o país — suspeito de envolvimento no esquema, que fraudava na compra de medicamentos e equipamentos hospitalares, com o aliciamento de pessoas ligadas a saúde, através de propina.
No Rio Grande do Sul foram feitas prisões dos secretários de Saúde de Pinhal da Serra e de Mariano Mouro. No total, entre os presos estão 12 secretários e ex-secretários municipais da Fazenda, Finanças e, principalmente, da Saúde.
Em Sarandi, um ex-funcionário do setor de compras da prefeitura foi preso. Em Erechim, na casa de um servidor também responsável pelo setor de compras, foram apreendidos documentos.
Em Barão de Cotegipe, onde era a sede da quadrilha, sete empresas sofreram mandados de busca e apreensão e a PF cumpriu pelo menos 21 mandados de prisão na cidade.

O ESQUEMA
Os espertalhões desviavam as verbas públicas federais destinadas pelo governo à compra de medicamentos participando de uma mesma licitação em determinado município e operavam as propostas de modo que sempre o mesmo grupo acabava vencedor.
Além disso os responsáveis pelo setor de compras ou secretarias municipais de saúde compravam os medicamentos necessários à população, com preços superfaturados, e muitas vezes os remédios sequer chegavam a ser entregues.
Um dos grupos faturou 40 milhões somente em 2009 e outro dois 70 milhões em 2010, segundo a PF.
Para completar a enganação, em alguns dos municípios, os medicamentos entregues pelas empresas envolvidas na fraude estavam vencidos ou próximos da data de vencimento e eram de má qualidade.
O principal chefe da quadrilha está fugado, mas deverá ser preso nas próximas horas.

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