sexta-feira, maio 13, 2011

O BULLYNG NAS ESCOLAS
Volto ao assunto porque há que se tomar algumas atitudes contra a agressão feita de forma sistemática, em algumas escolas. Uma estatística feita no País acaba de revelar que 47%, ou seja, quase a metade dos estudantes do Sudeste do País já viu algum colega sofrer bullyng. Esse índice é o maior até hoje registrado no Brasil, portanto, o dobro em relação a taxa do Norte, onde o número cai para 23,7%.
A região SudesteA região Sudeste também apresenta a maior taxa de alunos que admitem terem sido vítimas de maus-tratos na escola ao menos uma vez na vida: 40%. No Brasil, cerca de 70% dos estudantes dizem já terem presenciado cenas de violência em suas unidades de ensino.
Estes números pertencem à pesquisa Bullying escolar no Brasil, publicada no ano passado pela ONG Plan Brasil, com base em dados referentes a 2009. Foram ouvidos 5.168 alunos de escolas públicas e privadas brasileiras, de 10 a 15 anos. Três instituições da capital paulista e uma de São José do Rio Preto, no interior do Estado.
Os números mostram ainda que a própria escola, quando focada na competição, é um ambiente que pode propiciar atos de violência e humilhação. O assunto ganhou destaque sobretudo após o episódio de Realengo, interior do Rio de Janeiro, que completou um mês na semana passada. Na ocasião, alegando ter sido vítima de bullying no passado, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola em que estudou na infância e matou a tiros 12 crianças.
Pode observar, o praticante de bullying tem autoestima elevada, orgulha-se de ser violento e se acha bem-sucedido por agredir um colega para uma plateia que até o aplaude. O alvo, por sua vez, concorda, intimamente, com as humilhações. É o caso de jovens obesos ou portadores de deficiências, por exemplo: como sabem que essas características são malvistas socialmente, acabam intimidados pelas ofensas dos colegas.
“Por isso, têm tanta dificuldade de reagir”, explica Telma Vinha, doutora em Psicologia e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.  Para a psicóloga, o problema está em considerar apelidos e brigas como comportamentos próprios da idade. “A agressão só é considerada grave contra a autoridade escolar. Entre pares, é tratada como se fosse ‘apenas’ brincadeira”, diz. Ou seja, as escolas “não apregoam o respeito mútuo, igual para todos”.
Exemplo disso é o relato de um garoto de 13 anos, de São Bernardo, no ABC. Ele foi expulso do colégio por ofender a diretora, após ser chamado de “marginal” por ela. E admite que já humilhou as meninas da turma, em outras ocasiões, e nunca foi punido.
“Paz não é ausência de conflito, defende outra psicóloga, Isabel Leme, da Universidade de São Paulo. “A escola precisa desenvolver o diálogo, com respeito e sem punição”, diz.
Para o presidente da Fundação Criança, ONG de São Bernardo do Campo, Ariel de Castro, que lida diretamente com casos de bullying, os professores precisam de ajuda. “Sozinhos, eles não têm condições de fazer mais esse trabalho.
O "Bully" como todos sabem é o valentão: um menino que, por sua força e sua alma deformada pelo sadismo, tem prazer em bater nos mais fracos e intimidá-los. Vez por outra, crianças e adolescentes têm desentendimentos e brigam. São brigas que têm uma razão. São acidentes. Acontecem e pronto. Não é possível fazer uma sociologia dessas brigas. Depois delas, os briguentos podem fazer as pazes e se tornar amigos novamente. Isso nada tem a ver com "bullying". No "bullying", um indivíduo - o valentão - ou um grupo escolhe a vítima que vai ser seu "saco de pancadas". A razão? Nenhuma. Sadismo. Eles "não vão com a cara" da vítima. É preciso que a vítima seja fraca, que não saiba se defender. Se ela fosse forte e soubesse se defender, a brincadeira não teria graça.
A vítima é uma peteca: todos batem nela e ela vai de um lado para outro sem reagir. A cada novo dia, ao se preparar para a escola, à vítima sabe o que a aguarda. Mas, o "bullying" não é monopólio dos meninos. As meninas também usam outros tipos de força que não a dos punhos. E o terrível é que a vítima sabe que não há jeito de fugir. Ela não conta aos pais, por vergonha e medo. Não conta aos professores porque sabe que isso só poderá tornar ainda pior a violência dos colegas. E ao medo acrescenta-se o ódio. A vítima sonha com vingança. As armas podem torná-la forte. Na maioria dos casos, o "bullying" não se manifesta por meio de agressão física, mas por meio de agressão verbal e de atitudes. Isolamento, caçoada, apelidos.
Existem inúmeros exemplos que acabaram mal. Conheço o de um jovem tímido de 18 anos que vivia no interior de São Paulo. Seus colegas fizeram-no motivo de chacota porque ele era muito gordo. Puseram-lhe vários apelidos pejorativos. No dia 27 de janeiro de 2003, ele entrou na escola armado e atirou contra seis alunos, uma professora e o zelador, matando-se a seguir. Aqui em Erechim não ouvi falar que exista essa prática deplorável em nossas escolas. Mas, é bom estar preparado.

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